Quando eu tinha metade do tamanho que tenho hoje, (não que hoje seja muito grande --'), pensava no mundo como algo grande e desconhecido, via a natureza como algo incontrolável, os pais como deuses, os avós como heróis, as amigas e amigos como as melhores pessoas do mundo. Bem, verdadeiramente o que mudou? Quase nada. A minha ideia daquilo que me rodeia não mudou. A complexidade de tudo aquilo que me passa pela cabeça é que se alterou. Na minha simplicidade infantil era tudo mais fácil e óbvio. O tempo que eu dedicava aos pensamentos sobre aquilo que acontecia era proporcional ao meu tamanho. Voltava as costas, pegava nos meus carrinhos e tudo passava. O meu carrinho de adolescente chama-se música. Orgulho-me de ter escolhido um apoio tão genial quanto este. Vejo à minha volta quem tenha optado por muletas completamente erradas, numa tentativa frustrada de afirmação.
No fundo, a essência das minhas ideias não mudou. Talvez a única coisa que se tenha modificado foi a minha ideologia do futuro. Desisti de acreditar no para sempre. Apenas mora em mim um agora. Um já, imediato e seguro. Quando era criança queria alcançar patamares, pensava no para sempre incutido pela Disney que tanto me fez sonhar. Na verdade, foi a mudança da minha ideia do 'para sempre' que me tornou num ser menos sonhadora e mais realista. Infelizmente, já que o sonho ilude, mas decerto faz-nos bem mais felizes do que a realidade.
Que papai do céu me ilumine SEMPRE!Obrigada Senhor por tudo que tenhO hoje!
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